terça-feira, 4 de janeiro de 2011

CÂNCER INFANTIL

A DINÂMICA DOS TUMORES DA INFÂNCIA

Diferente dos tumores que acomentem adultos, os tumores que surgem na infância seguem outra dinâmica, muito mais intrínseca ao organismo daquela criança ou adolescente. Câncer infantil corresponde a um grupo de doenças cujo ponto em comum é a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo, descreve o oncologista pediátrico Wellington Mendes, do Departamento de Pediatria do Centro de Tratamento e Pesquisa do Hospital do Câncer e do Conselho Científico da AB Câncer, de São Paulo. “Ainda são desconhecidas as causas da alteração genética que leva ao tumor na infância e na adolescência. O traço hereditário pode estar presente ou não. No retinoblastoma (tumor da retina), por exemplo, a alteração vem do pai e da mãe juntos.”
Os clássicos fatores associados ao maior risco de desenvolvimento de um câncer – tabagismo, alcoolismo, má alimentação, sedentarismo, exposição ao sol em excesso, entre outros – são válidos para maiores de 20 anos. Logo, prevenção é um desafio. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e tratamento de qualidade.
Por outro lado, cada vez mais estudos têm demonstrado que o fator ambiental pode estar inserido no risco para câncer ainda na fase intra-uterina. O consumo de alguns medicamentos como antibióticos, o tipo de alimentação ou o vício de fumar do pai e/ou da mãe, podem gerar um defeito no genes do feto.
Do ponto de vista clínico, os tumores pediátricos apresentam menor período de latência, crescem rapidamente e são mais invasivos. A parte boa é que respondem melhor ao tratamento e são considerados de bom prognóstico. A melhor resposta aos métodos terapêuticos deve-se ao fato de que os tumores infanto-juvenis têm raiz embrionária e se constituem de células indiferenciadas.
Os locais mais comuns de aparecimento do câncer na infância são nas células sanguíneas, gânglios linfáticos, rins, abdome, retina e ossos. De acordo com o relatório do Inca, a leucemia é o tipo mais frequente, dentre essas, a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) é de maior ocorrência em crianças na maioria das populações do mundo, com exceção do Japão, China e Zimbábue – onde a Leucemia Mielóide Aguda (LMA) é a mais frequente.
Entre os linfomas, o mais incidente na infância é o linfoma não Hodgkin. Os tumores do sistema nervoso, que predominam no sexo masculino, ocorrem principalmente em menores de 15 anos, com um pico na idade de 10 anos, e representam cerca de 20% dos tumores infantis. Os tumores ósseos atingem mais os adolescentes e o retinoblastoma é responsável por cerca de 2% dos tumores infantis.
A sobrevida média cumulativa em cinco anos (do câncer infantil em geral) é considerada razoavelmente boa nos EUA, onde a taxa chega a 77%. Na Europa, a sobrevida observada é semelhante a dos EUA, variando de 77% (no norte europeu) a 62% (no leste). O câncer pediátrico representa entre 0,5% e 3% de todas as neoplasias na maioria das populações. Em geral, a incidência total de tumores malignos infantis é maior no sexo masculino.

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